Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperativdade (TDAH)
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O diagnóstico de TDAH é feito com base nos sintomas clínicos relatados pelo indivíduo ou pelos pais e interpretado por um especialista. O Eletroencefalograma, o Mapeamento Cerebral, a Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética e o Potencial Evocado não podem fornecer este diagnóstico.
Nos anos 60, um gruo heterogêneo de crianças com pobre coordenação, dificuldade de aprendizado e labilidade emocional, mas sem específico dano cerebral foram descritos como tendo DISFUNÇÃO CEREBRAL MÍNIMA.
Desde então, outras hipóteses foram aventadas para explicar a origem do transtorno, como condição geneticamente causada, uma vez que o uso de estimulantes (ritalina, metilfenidato, anfetaminas) provocava melhora dos sintomas.
EPIDEMIOLOGIA
2 a 20% das crianças americanas foram consideradas com TDAH.
No Brasil, estima-se que uma criança em cada sala de aula tenha o problema (5% população escolar), segundo L. Augusto Rhode.
DIAGNÓSTICO
Os principais sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade são baseados em histórias detalhadas de um padrão de desenvolvimento precoce juntamente com a observação direta da criança, especialmente em situações que requerem atenção sustentada.
Hiperatividade pode ser mais grave em algumas situações (por exemplo escola e menos marcadamente em outras (em entrevistas individuais) e podem ser menos observadas em atividades prazerosas (esportes).
O diagnóstico de TDAH requer prejuízo funcional em pelo menos dois locais, por exemplo em casa e na escola .
Na escola, as crianças hiperativas geralmente não seguem as regras e demandam atenção extra dos professores.
Em casa, eles geralmente não obedecem aos pedidos dos pais, agem impulsivamente, mostram labilidade emocional e são explosivos e irritáveis.
As crianças com predomínio de agitação psicomotora (hipercinesia) são geralmente mais encaminhadas para tratamento do que as apenas desatentas (por darem menos trabalho aos pais e professores).
História escolar e relato dos professores são importantes na avaliação das dificuldades de aprendizado das crinas – se são causados por dificuldade de manter a atenção ou dificuldade de compreensão do conteúdo.
O exame do estado mental pode mostrar humor deprimido, uma vez que a depressão é uma co-morbidade muito comum (a criança não consegue render na sala de aula e é criticada por colegas e pais), mas o afeto é adequado e o conteúdo do pensamento normal.
ACHADOS CLINICOS
Crianças pré-escolares hiperativas são facilmente incomodadas por estímulos pequenos como luz, barulho, temperatura e outros estímulos ambientais.
Na maior parte das vezes os hiperativos são alertas, dormem pouco e gritam muito.
Eles são mais agitados do que outras crianças e respondem mal aos ajustes ambientais e limites.
Na escola, crianças hiperativas podem terminar os exames rapidamente, mas respondem apenas às primeiras perguntas
Eles podem ser incapazes de esperarem ser chamados na escola e podem responder antes dos outros na escola.
Em casa, eles não conseguem ficar quietos por um minuto sequer. Geralmente têm o humor explosivo ou irritável.
Geralmente têm labilidade emocional, podendo ir das lágrimas às gargalhadas rapidamente. O humor deles e sua performance são variáveis e imprevisíveis.
Impulsividade e incapacidade de agradecer são características. São mais susceptíveis a acidentes.
Consequentemente, estas crianças têm baixa-estima.
As características mais citadas em ordem de freqüência são:
75% das crianças com TDAH mostram agressividade e transtorno desafiador opositor concomitantemente, com comportamento anti-social e têm tendência ao abuso de drogas (estatisticamente comprovado).
CURSO E PROGNÓSTICO
Em metade dos pacientes, os sintomas persistem na idade adulta.
Hiperatividade é o primeiro sintoma a remitir na idade adulta e a distratibilidade é o último. Hiperatividade geralmente não desaparece durante a infância.
Persistência dos sintomas é predita por uma história familiar do transtorno, eventos de vida negativos e co-morbidade com transtorno de conduta (F91), depressão e transtornos de ansiedade. A remissão é incomum antes dos 12 anos de idade.
Quando ocorre a remissão, geralmente esta se dá entre os 12 e 20 anos.
A maioria dos pacientes apresentam remissão parcial e são vulneráveis ao comportamento anti-social, abuso de substâncias e transtornos do humor.
Problemas de aprendizado geralmente continuam durante a vida.
Em 50% dos casos, os sintomas persistem na vida a adulta.
A hipercinesia (agitação) pode remitir, mas o risco de acidente e a impulsividade persistem.
A família deve tentar reduzir a agressividade e evitar situações de conflitos graves em casa dentro do possível.
TRATAMENTO psicofarmacológico
Estimulantes –
METILFENIDATO
Ritalina (metilfenidato)-agonista dopaminérgico de 10 a 50 mg/dia- eficaz em amis de 75% dos casos- meia vida curta (3h)
Ritalina LA - efeito de 5 a 6 horas
Concerta - efeito de 7 a 9 horas
Lisdexanfetamina (Venvanse) - duração de 8 a 12 horas
Atomoxetina – Strattera (inibidor da recaptaçao de norepinefrina) – ainda não chegou no Brasil
Bupropiona - antidepressivo
Venlafaxina - antidepressivo
Triciclicos – imipramina, tofranil 3 a 5mg/kg/dia
Clonidina 0,1mg três vezes ao dia
Referência: Kaplan & Sacdock´s - Synopsis of Psychiatry - Tenth Edition, 2007