Belo Horizonte / MG - quinta-feira, 25 de abril de 2024

Deficit de Atençao (TDAH) em crianças e Adolescentes

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperativdade (TDAH) 

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O diagnóstico de TDAH é feito com base nos sintomas clínicos relatados pelo indivíduo ou pelos pais e interpretado por um especialista. O Eletroencefalograma, o Mapeamento Cerebral, a Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética e o Potencial Evocado não podem fornecer este diagnóstico.


 

Nos anos 60, um gruo  heterogêneo de crianças com pobre coordenação, dificuldade de aprendizado e labilidade emocional, mas sem específico dano cerebral foram descritos como tendo DISFUNÇÃO CEREBRAL MÍNIMA.

Desde então, outras hipóteses foram aventadas para explicar a origem do transtorno, como condição geneticamente causada, uma vez que o uso de estimulantes (ritalina, metilfenidato, anfetaminas) provocava melhora dos sintomas.

EPIDEMIOLOGIA

2 a 20% das crianças americanas foram consideradas com TDAH.

No Brasil, estima-se que uma criança em cada sala de aula tenha o problema (5% população escolar), segundo L. Augusto Rhode.

DIAGNÓSTICO

Os principais sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade são baseados em histórias detalhadas de um padrão de desenvolvimento precoce  juntamente com a observação direta da criança, especialmente em situações que requerem atenção sustentada.

Hiperatividade pode ser mais grave em algumas situações (por exemplo escola e menos marcadamente em outras (em entrevistas individuais) e  podem ser menos observadas em atividades prazerosas (esportes).

O diagnóstico de TDAH requer prejuízo funcional em pelo menos dois locais, por exemplo em casa e na escola .

Na escola, as crianças hiperativas geralmente não seguem as regras e demandam atenção extra dos professores.

Em casa, eles geralmente não obedecem aos pedidos dos pais, agem impulsivamente, mostram labilidade emocional e são explosivos e irritáveis.

As crianças com predomínio de agitação psicomotora (hipercinesia) são geralmente mais encaminhadas para tratamento do que as apenas desatentas (por darem menos trabalho aos pais e professores).

História escolar e relato dos professores são importantes na avaliação das dificuldades de aprendizado das crinas – se são causados por dificuldade de manter a atenção ou dificuldade de compreensão do conteúdo.

O exame do estado mental pode mostrar humor deprimido, uma vez que a depressão  é uma co-morbidade muito comum (a criança não consegue render na sala de aula e é criticada por colegas e pais), mas o afeto é adequado e o conteúdo do pensamento normal.

ACHADOS CLINICOS

Crianças pré-escolares hiperativas são facilmente incomodadas por estímulos pequenos como luz, barulho, temperatura e outros estímulos ambientais.

Na maior parte das vezes os hiperativos são alertas, dormem pouco e gritam muito.

Eles são mais agitados do que outras crianças e respondem mal aos ajustes ambientais e limites.

Na escola, crianças hiperativas podem terminar os exames rapidamente, mas respondem apenas às primeiras perguntas

Eles podem ser incapazes de esperarem ser chamados na escola e podem responder antes dos outros na escola.

Em casa, eles não conseguem ficar quietos por um minuto sequer. Geralmente têm o humor explosivo ou irritável.

Geralmente têm labilidade emocional, podendo ir das lágrimas às gargalhadas rapidamente. O humor deles e sua performance são variáveis e imprevisíveis.

Impulsividade e incapacidade de agradecer são características. São mais susceptíveis a acidentes.

Consequentemente, estas crianças têm baixa-estima.

As características mais citadas em ordem de freqüência são:

  • hipercinesia (agitação psicomotora),
  • prejuízo na percepção motora,
  • labilidade emocional,
  • coordenação geral deficitária,
  •  déficit de atenção (distratibilidade, curta memória de fixação,
  •  dificuldade de perserveração e de terminar exames,
  •  impulsividade (agem antes de pensar, mudam rapidamente de atividade,
  • falta de organização, pulam dentro da sala de aula), déficits de memória e pensametno, déficits de aprendizado específicos,
  • fala e audição com alguns déficits e alterações neurológicas inespecíficas ao eletroencefalograma.

75% das crianças com TDAH mostram agressividade e transtorno desafiador opositor concomitantemente, com comportamento anti-social e têm tendência ao abuso de drogas (estatisticamente comprovado).

CURSO E PROGNÓSTICO

Em metade dos pacientes, os sintomas persistem na idade adulta.

Hiperatividade é o primeiro sintoma a remitir na idade adulta e a distratibilidade é o último. Hiperatividade geralmente não desaparece durante a infância.

Persistência dos sintomas é predita por uma história familiar do transtorno, eventos de vida negativos e co-morbidade com transtorno de conduta (F91), depressão e transtornos de ansiedade.   A remissão é incomum antes dos 12 anos de idade.

Quando ocorre a remissão, geralmente esta se dá entre os 12 e 20 anos.

A maioria dos pacientes apresentam remissão parcial e são vulneráveis ao comportamento anti-social, abuso de substâncias e transtornos do humor.

Problemas de aprendizado geralmente continuam durante a vida.

Em 50% dos casos, os sintomas persistem na vida a adulta.

A hipercinesia (agitação) pode remitir, mas o risco de acidente e a impulsividade persistem.

A família deve tentar reduzir a agressividade e evitar situações de conflitos graves em casa dentro do possível.

TRATAMENTO psicofarmacológico

Estimulantes –

  METILFENIDATO

  Ritalina (metilfenidato)-agonista dopaminérgico de 10 a 50 mg/dia- eficaz em amis de 75% dos casos- meia vida curta (3h)

   Ritalina LA - efeito de 5 a 6 horas

   Concerta - efeito de 7 a 9 horas

   Lisdexanfetamina (Venvanse) - duração de 8 a 12 horas

Atomoxetina – Strattera (inibidor da recaptaçao de norepinefrina) – ainda não chegou no Brasil

Bupropiona - antidepressivo 

Venlafaxina - antidepressivo

Triciclicos – imipramina, tofranil 3 a 5mg/kg/dia

Clonidina 0,1mg três vezes ao dia

Referência: Kaplan & Sacdock´s - Synopsis of Psychiatry - Tenth Edition, 2007