Belo Horizonte / MG - sexta-feira, 29 de março de 2024

Mirtazapina

Mirtazapina (Remeron, genérico, Menelat)

É um antidepressivo que causa pouca náusea e diarréia, por seus efeitos nos receptores 5HT3. Aumenta o apetite e provoca sedação, porém.

Mecanismo de Ação: antagonismo dos receptores pré-sinápticos alfa2-adrenérgicos e bloqueio  de receptores polissinápticos de serotonina (5HT2 e 5HT3).

 O antagonismo dos receptores alfa-2 adrenérgicos provoca aumento de disparos dos neurônios liberadores de norepinefrina e serotonina. O potente agonismo de serotonina 5HT2 e 5HT3 provoca redução da ansiedade, alívio da insônia e estímulo do apetite (indicado para anorexia e pessoas idosas com hiporexia).

É um potente antagonista histaminérgico H1 (casando sedação) e um agonista de potência moderada dos receptores alfa-1 adrenérgicos e múscarinicos.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS – Eficaz no tratamento da depressão. É bastante sedativo, sendo boa opção para pacientes deprimidos com insônia grave ou de longa duração. Alguns pacientes apresentam sedação diurna residual que pode ser bastante acentuada no início do tratamento.

Geralmente esta intensa sedação é melhorada após a primeira semana. A sua propriedade de aumentar o apetite, leva a mirtazapina a tratar pacientes com sintomas melancólicos como insônia, perda de peso e agitação psicomotora.

Idosos deprimidos, geralmente, são bons candidatos à mirtazapina.

A mirtazapina é geralmente utilizada em conjunto com os IRS (fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina, citalopram e escitalopram) ou Venlafaxina para aumentar a resposta antidepressiva ou combater efeitos colaterais, principalmente náuseas, agitação e insônia. A mirtazapina não tem interações farmacocinéticas significativas com outros antidepressivos.

CUIDADOS E REAÇÕES ADVERSAS

Reações Adversas mais observadas com a Mirtazapina

Sonolência

54%

Boca Seca

25%

Aumento do Apetite

17%

Constipação

13%

Ganho de Peso

12%

Tontura

  7%

Dor muscular (mialgia)

 5%

Sonhos perturbadores

 4%

 

Mais de metade dos pacientes que usam a mirtazapina apresentam sedação (sonolência). Os pacientes devem se orientados a dirigir com cautela, não operar máquinas perigosas e cuidado ao leantar da cama à noite. Estes efeitos colaterais geralmente ocorrem antes do paciente se deitar.

A mirtazapina potencia a sedação causada PR outros depressores do sistema nervoso central, assim sedativos e álcool devem ser evitados. Não parece aumentar o risco de convulsões. Mania ou hipomania apresenta a mesma taxa de indução causada por outros antidepressivos.

Aumenta o apetite em um terço dos pacientes. Pode aumentar o colesterol sérico em 20% ou mais dos pacientes e em 15% dos pacientes pode aumentar os triglicérides . Aumento da enzima alanino transferase (ALT) em mais de 3 vezes os valores normais ocorre em 2% dos pacientes.

Em  0.3% dos pacientes há redução da contagem de neutrófilos que pode causar infeçoes oportunistas.  Ocorre geralmente se há fatores concomitantes de risco para neutropenia. Se houver febre, sibilos, dor de garganta, ulceração de mucosa ou outros sinais de infecção, dve-se avaliar clinicamente o paciente e se houver leucopenia, a medicação deve ser suspensa.

Algumas pessoas apresentam hipotensão ortostática. Apesar de não haver dados sobre prejuízo aos fetos, mirtazapina deve ser usada com cautela durante a gravidez.

O uso de mirtazapina em grávidas não foi estudado. Deve ser evitada em lactantes.

Antes de dirigir ou se envolver em atividades potencialmente perigosas, os pacientes devem observar cuidadosamente o  quanto estão atentos (ou sonolentas).