Desenvolvimento da versão em português
da Escala de Avaliação de Mania de
Bech-Rafaelsen (EAM-BR)
Flávio Shansis*
Marcelo T. Berlim**
Betina Mattevi***
Gabriela Maldonado****
Ivan Izquierdo*****
Marcelo Fleck******
Trabalho realizado nos Departamentos de Bioquímica e de Psiquiatria e
Medicina Legal da UFRGS.
* Médico Psiquiatra do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Clínicas de
Porto Alegre (HCPA). Mestre em Bioquímica pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutorando em Bioquímica (UFRGS).
** Médico, Aluno do Curso de Especialização em Psiquiatria do
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRGS, Mestrando em
Psiquiatria pela UFRGS
*** Médica, Residente do Serviço de Psiquiatria do HCPA.
**** Médica, Residente do Serviço de Dermatologia Sanitária da Secretaria
da Saúde do estado do Rio Grande do Sul.
***** Professor Titular do Departamento de Bioquímica da UFRGS.
****** Professor Adjunto do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal
da UFRGS.
R. Psiquiatr. RS, 26'(1): 30-38, jan./abr. 2004
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Desenvolvimento da versão – Shansis et alii
ANEXO 1: Escala de Avaliação de Mania de Bech-Rafaelsen (EAM-BR)
(Bech P, Rafaelsen O, Kramp P, Bolwig T, 1978)
Versão em português: Shansis F, Berlim M, Mattevi B, Maldonado G,
Izquierdo I, Fleck M, 2003
Lista de Definições
1. Atividade (motora)
- 0: Atividade motora normal, expressão facial adequada.
- 1: Atividade motora levemente aumentada, expressão facial vívida (animada).
- 2: Atividade motora um tanto excessiva, gestos vívidos (animados).
- 3: Atividade motora francamente excessiva, movimentando-se a maior parte do tempo. Levanta-
- se uma ou várias vezes durante a entrevista.
- 4: Constantemente ativo, inquieto e com muita energia. Mesmo se solicitado, o paciente não
- consegue sentar sossegado.
2. Atividade (verbal)
- 0: Atividade verbal normal.
- 1: Um tanto falante.
- 2: Muito falante, sem intervalos espontâneos na conversação.
- 3: Difícil de interromper.
- 4: Impossível de interromper, domina completamente a conversação.
3. Fuga de idéias
- 0: Discurso coeso, sem fuga de idéias.
- 1: Descrições vívidas (animadas), explicações e elaborações sem perder a conexão com o
- tópico da conversação. O discurso ainda é coeso.
- 2: Repetidamente, é difícil para o paciente permanecer no tema, uma vez que o paciente é
- distraído por associações ao acaso (freqüentemente faz rimas, sons, trocadilhos, partes de
- versos ou música).
- 3: A linha de pensamento é regularmente interrompida por associações dispersivas.
- 4: É difícil a impossível seguir a linha de pensamento do paciente, uma vez que o paciente
- constantemente pula de um assunto para outro.
4. Voz/Nível de ruído
- 0: Volume de voz normal.
- 1: Fala alto sem ser barulhento.
- 2: Voz discernível à distância, um tanto barulhenta.
- 3: Vociferante, voz discernível à longa distância, barulhento, cantando.
- 4: Gritando, berrando, ou usando outras formas de barulho devido à rouquidão.
5. Hostilidade/destrutividade
- 0: Sem sinais de impaciência ou hostilidade.
- 1: Um tanto impaciente ou irritável, mas o controle está mantido.
- 2: Marcadamente impaciente ou irritável. Provocação mal tolerada.
- 3: Provocativo, faz ameaças, mas pode ser acalmado.
- 4: Violência física manifesta. Fisicamente destrutivo.
6. Humor (sentimentos de bem-estar)
- 0: Humor neutro.
- 1: Humor levemente elevado, otimista, mas ainda adaptado à situação.
- 2: Humor moderadamente elevado, gracejando, rindo.
- 3: Humor marcadamente elevado, exuberante tanto nas atitudes quanto no discurso.
- 4: Humor extremamente elevado, completamente inadequado à situação.
7. Auto-estima
- 0: Auto-estima normal.
- 1: Auto-estima levemente aumentada, vangloriando-se um pouco.
- 2: Auto-estima moderadamente aumentada, vangloriando-se. Uso freqüente de superlativos.
- 3: Gabando-se, idéias irreais.
- 4: Idéias grandiosas; impossível de ser corrigido.
8. Contato
- 0: Contato normal.
- 1: Levemente intrometido, “metendo o bedelho”.
- 2: Moderadamente intrometido e argumentador.
- 3: Dominador, manipulador, diretivo, mas ainda dentro do contexto.
- 4: Extremamente dominante e manipulador, fora do contexto.
9. Sono (média das últimas 3 noites)
- 0: Duração habitual do sono.
- 1: Duração do sono reduzida em 25%.
- 2: Duração do sono reduzida em 50%.
- 3: Duração do sono reduzida em 75%.
- 4: Ausência de sono.
10. Interesse sexual
- 0: Interesse e atividades sexuais habituais.
- 1: Leve aumento do interesse e das atividades sexuais.
- 2: Moderado aumento do interesse e das atividades sexuais.
- 3: Marcado aumento do interesse e das atividades sexuais, como demostrado pelas atitudes e
- discurso.
- 4: Completamente e inadequadamente absorto na sexualidade.
11. Trabalho
A. Na primeira avaliação do paciente
- 0: Atividade de trabalho normal.
- 1: Atividade levemente aumentada, mas a qualidade do trabalho está levemente reduzida, uma
- vez que a motivação está mudando; o paciente está relativamente suscetível a distrações.
- 2: Atividade aumentada, mas motivação claramente flutuante. O paciente tem dificuldades em
- julgar a qualidade de seu próprio trabalho e a qualidade está de fato diminuída. Freqüente-R. Psiquiatr. RS, 26'(1): 30-38, jan./abr. 2004
- mente discute no trabalho.
- 3: Capacidade para trabalho claramente reduzida e de tempos em tempos o paciente perde o
- controle. Tem que parar de trabalhar e ser afastado. Se o paciente é hospitalizado, ele pode
- participar alguma horas por dia das atividades da enfermaria.
- 4: O paciente está (ou deveria estar) hospitalizado e incapaz de participar de atividades de
- enfermaria.
B. Em avaliações semanais
- 0: a) O paciente retomou o trabalho no seu nível de atividade normal.
- b) Quando o paciente não terá nenhum problema em retomar o trabalho normal.
- 1: a) O paciente está trabalhando, mas o esforço está um pouco reduzido devido a ter mudado a
- sua motivação.
- b) É duvidoso se o paciente pode retomar o trabalho normal em escala completa, devido à
- tendência à distração e mudança de motivação.
- 2: a) O paciente está trabalhando, mas a um nível claramente reduzido, por exemplo, devido a
- episódios de não-comparecimento.
- b) O paciente ainda está hospitalizado ou em dispensa. Ele só está hábil a retomar o trabalho
- se precauções especiais forem tomadas: supervisão próxima e/ou redução do tempo.
- 3: O paciente ainda está hospitalizado ou afastado e é incapaz de retomar o trabalho. No
- hospital, ele participa algumas horas por dia nas atividades da enfermaria.
- 4: O paciente ainda está hospitalizado e, em geral, incapaz de participar das atividades da
- enfermaria.