fonte:Sintomas Mais Comuns de dependência Química em seu filho |
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Como afastá-lo desse perigoOs fatores de proteção |
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Existe um perfil do jovem que usa ou compra droga na escola?
Não podemos traçar um perfil específico desse tipo de jovem, mas sabemos que os chamados fatores de proteção envolvem qualidade de vida e saúde dos adolescentes.
Isso significa dizer que praticar esportes, participar de um grupo religioso, ter um ambiente familiar estruturado, no qual há o apoio dos pais, e formar uma rede social bacana é fundamental para manter os jovens longe do uso abusivo de drogas.
Na escola, ter educadores com quem os estudantes possam conversar abertamente também é muito importante para o fortalecimento dos fatores de proteção. Os jovens fora desse contexto, obviamente, estão mais inclinados ao uso de drogas.
É fato que a iniciação dos adolescentes no mundo das drogas se dá na escola?
Isso varia de acordo com a realidade de cada jovem. Em geral, o primeiro uso tende a se dar com os amigos e, nessa época, os amigos estão na escola. Por esse motivo, a escola tem papel central na prevenção do uso de drogas.
Quais são as facilidades para o uso no ambiente escolar?
É bom deixar claro que nem todo uso de drogas leva à dependência. Na maioria dos casos, os jovens querem o que é proibido, para testar seus limites, conhecer o corpo e suas reações e, mais do que isso, fazer parte de um grupo social.
Como os jovens passam a maior parte do tempo na escola, seus amigos também são desse ambiente, e é com eles que vai se dar a primeira experiência com as drogas, na maioria dos casos. São os fatores de risco ou genéticos, porém, que determinam se o uso de drogas pode passar do estágio experimental para o problemático e dependente.
O que seria, então, o uso não problemático?
O uso de drogas pode se dividir em quatro padrões: experimental, quando se tem o primeiro contato com a substância química;
ocasional, quando se faz uso da substância periodicamente; nocivo: quando a pessoa se expõe a situações de risco em consequência ao uso de droga; e dependente, quando a droga toma posição central na vida do usuário.
A genética é um fator que conta muito na hora de avaliar a passagem do jovem pelos quatro padrões do uso de drogas, pois o metabolismo está intimamente ligado a como o organismo processa a droga.
Obviamente, existem as substâncias com mais chances de dependência: a cocaína, o crack e a heroína, por exemplo. Mas ainda não é possível identificar qual adolescente vai perder o controle e chegar à dependência.
Quais são os métodos eficientes de prevenção do uso e venda de drogas nas escolas?
Conscientizar os estudantes sem necessariamente falar diretamente sobre drogas é uma das principais chaves para a prevenção.
Além disso, incentivar a vida saudável, os cuidados com o corpo, a boa alimentação e a saúde bucal desde cedo contribuem para que a criança se torne um adolescente com consciência corporal e faz da escola um elemento confiável da rede social que está se criando em volta dela.
As palestras com especialistas não funcionam, pois fornecer informação sobre os métodos de prevenção e riscos do uso abusivo das drogas não é mais o suficiente.
O fundamental é ter pessoas com vínculos afetivos ao lado do jovem para discutir, tirar duvidas e conversar sobre o assunto. Na escola, o professor sempre presente e aberto para o diálogo é muito mais efetivo do que o especialista e suas palestras.
Como perceber que seu filho está envolvido com drogas enquanto está na escola?
Cada droga tem um efeito e isso pode ser diferente em cada organismo. Mas fique alerta para a mudança de comportamento e o desinteresse pela escola.
Como abordar o adolescente ao descobrir que ele está usando drogas?
O mais importante é a construção do diálogo em casa. Se a família oferece uma relação afetiva com o jovem, esse assunto vai surgir naturalmente. Caso haja suspeita do uso de drogas, vale conversar, questionar e fazer com que o jovem fale de seus problemas.
Caso isso não aconteça, a mediação de um profissional - psiquiatra ou psicólogo - é fundamental. O segundo passo é procurar tratamento clínico, porque ninguém sai das drogas com força de vontade ou sozinho.
Para isso, é necessário um trabalho em conjunto com o paciente, sua família e os profissionais envolvidos. Com o uso abusivo das drogas, o jovem perde sua rede social de confiança e o trabalho da recuperação é fazer com que ele a reconstrua de maneira saudável.
Centro de Referencia em Saúde Mental para Usuário de Álcool e Outras Drogas
Rua Liguria s/nº, Bandeirantes
Centros de Saúde da Regional Pampulha
e o Centro Mineiro de Toxicomania (CMT) _ Estado (FHEMIG):
Alameda Ezequiel Dias, nº 365
Santa Efigênia - Belo Horizonte/MG
CEP: 30130-110 Tel : (31) 3217-9000
Medicamentos utilizados no tratamento da Dependência Alcoólica
DISSULFIRAM (Tira álcool)
Medicamento aversivo – não pode ser usado sem o conhecimento do paciente pois pode causar efeitos colaterais graves (infarto , insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, depressão respiratória, convulsões) se usado junto com o álcool.
A cada comprimido de 250 mg que o paciente toma pela manha, de preferência dado por um familiar (aumenta a aderência ao tratamento), o paciente faz a opção por ficar 2 semanas abstinente (o dissulfiram permanece no sangue por 2 semanas).
O medicamento inibe o metabolismo do álcool no fígado, aumentando a produção de acetaldeído, que é muito mais tóxico do que o álcool, provocando uma síndrome antabuse, com rubor facial, cefaléia, tonteira.
Caso o paciente opte por ficar abstinente e seja informado dos efeitos colaterais e terapêuticos é o medicamento de primeira escolha.
NALTREXONE (Revia)
Apesar de ser contra-indicado em pacientes com hepatite aguda, não é hepatotóxico.
A função hepática (TGO e TGP) tende a melhorar com o abandono do álcool. Deve-se iniciar com meio comprimido de 50 mg nos primeiros dias para se evitar as náuseas –efeito colateral mais comum.
É um antagonista opióide, inicialmente utilizado para tratar usuários de heroína. Mostrou-se bastante eficaz em reduzir o efeito euforizante do álcool, redução da vontade de beber, aumentar em duas vezes a abstinência alcoólica, reduz as taxas de recaída, reduz a fissura “craving” por beber, aumenta o número de dias abstinente. Tratamento mínimo por 12 semanas.
Sem interação com antidedpressivos, estabilizadores do humor e antipsicoticos.
ACAMPROSATO
Estabiliza os receptores NMDA, reduzindo, assim, a vontade de beber. Bastante utilizado na Europa, reduz a tolerância aos efeitos. 90% do medicamento é excretado pelos rins (não tem metabolismo hepático). O efeito colateral mais comum é a diarréia (13% dos casos) proporcional à dose do medicamento.
Efeitos colaterais mais comuns: desconforto abdominal, tontura, insônia, sudorese, redução do apetite e rduçao da libido. O comprimido tem 333mg e deve-se tomar 2cp a cada 8h (dose diáia 1998mg)do álcool, reduz danos cerebrais provocados pelo álcool.
TOPIRAMATO
Reduza a atividade do glutamato.
300mg/dia – Jhonson (Lancet 2003)
Diminui o número de dias bebendo excessivamente
Diminui o número de doses
Aumenta o número de dias abstinente
Diminui a vontade de beber
CO-MORBIDADES – tratá-las é fundamental
Mulheres de meia-idade começando a beber, deve-se pensar em depressão
Homem - é mais comum que a dependência do álcool tenha levado à depressão ou transtorno de ansiedadeTranstorno de personalidade aumenta o abuso de álcoolDependência do álcool piora os transtornos mentais e transtornos mentais levam ao abuso de álcoolMesmo baixas doses de álcool podem piorar os transtornos mentais.
COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS MAIS COMUNS
DR. RONALDO LARANJEIRA
UNIAD - Unidade de Pesquisa de Álcool e Drogas:
13 Princípios para o Tratamento da Dependência Química
BIBLIOGRAFIA: Simpósio do Departamento de dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Aula ministrada por:
Ronaldo Laranjeira Médico Psiquiatra
Professor Titular do Departamento de Psiquiatria UNIFESP
Coordenador geral da UNIAD/UNIFESP e
Alessandra Diehl Reis
Médica Psiquiatra
Pós-graduanda do Departamento de Psiquiatria UNIFESP
Ambulatório de Adultos/UNIAD
Dependência alcoólica acomete
-12,3% população adulta
-7,0% dos jovens entre 12 a 17 anos
- 22,3% população indígena brasileira
Fonte: CEBRID, 2005; SENAD, 2007
MANEJO AMBULATORIAL E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
CUIDADOS GERAIS
FARMACOTERAPIA
Tiamina/dia: 300 mg intramuscular;
Sedativos:
CUIDADOS GERAIS
Redução gradual dos cuidados gerais.
FARMACOTERAPIA
Tiamina: 300 mg/dia/oral;
Sedativos redução gradual.
NA INTERNAÇÃO HOSPITALAR
CUIDADOS GERAIS
Repouso absoluto, com redução do estímulo audiovisual; monitorização da glicemia; eletrólitos e hidratação;
dieta leve ou jejum, se necessário, monitorização pela CIWA-Ar.
FARMACOTERAPIA
Tiamina/dia: 300 mg intramuscular. Se ocorrer um quadro de confusão mental, ataxia, nistágmo, aumentar dose.
Sedativos:
se necessário diazepam endovenoso, 10 mg em 4 minutos com
retaguarda para o manejo de parada respiratória.
CUIDADOS GERAIS
Redução gradual dos cuidados gerais.
FARMACOTERAPIA
Tiamina: 300 mg/dia/oral;
Sedativos redução gradual.
l Primeira droga aprovada pelo FDA para Tratamento da SDA (1947)
l Tem efeito antabuse
l Age como um "freio externo"
l Deve ser iniciado 12 horas após a última ingestão de álcool, podendo ser prescrito inicialmente 500 mg/dia, por 1-2 semanas
l Na manutenção: 250 mg/ dia
l Doses muito altas: riscos de indução de sintomas psicóticos
Eficácia e limitações do Dissulfiram
Revisão sistemática com 135 estudos: 11 ensaios clínicos controlados, sendo 5 com DSF oral (200 a 250 mg/dia) e 6 com implantes de DSF (800 a 1.000 mg/dia): 1) eficácia terapêutica modesta, porém positiva, 2) diminui a freqüência e a quantidade do consumo de álcool, sem alterar as taxas de abstinência
l Não tem sido efetivo devido à falta de aderência a medicação, necessitando ter sua ingestão diária supervisionada.
l Pouco se sabe sobre o seu uso em população adolescente.
l Isto parece justificar a realização de mais ensaios clínicos com esta medicação.
l É um antagonista de receptores opióides
l Atua diminuindo fissura pelo álcool
l Aprovação do FDA em 1995
l Dose média recomendada: 50 mg/dia VO
l Desde abril de 2006: forma injetável. Finalidade melhorar adesão e diminuir efeito colateral mais comum (náuseas)
Eficácia do Naltrexone
a maioria dos ensaios clínicos favorece a prescrição da medicação em diminuir o beber pesado.
l Muito utilizada
l Ainda não foi aprovada pelo FDA para tratamento do alcoolismo
l Atua no sistema glutamatérgico cerebral
l Dose diária: 1 cp de 333 mg ( 3 x ao dia)
l Não foi aprovada pelo FDA.
l Tem recebido crescente atenção em ensaios clínicos conduzidos por um grupo de pesquisadores liderados por Jonhson.
l Acredita-se que o efeito de reduzir a ingestão de álcool deva-se a ação da medicação nas vias de atividade do glutamato, do acido aminobutírico e dos canais de cálcio.
l Parece mais indicado para pacientes com dependência GRAVE e não é necessário períodos de desintoxicação para iniciar a medicação.
l O maior inconveniente da medicação segue sendo as altas taxas de efeitos colaterais (anorexia, dificuldade de concentração, perversão do paladar, etc), os quais tendem a ser minimizados com uma titulação mais lenta
Perspectivas Futuras
Ondansetron
Bloqueador de receptores 5HT3 de serotonina
Aprovado para o tratamento de náuseas.
Tem reduzido o beber em dependentes do álcool em estágios iniciais da doença (2 estudos)
Baclofen
Estimulante dos receptores GABA-B
Aprovado para tratamento de espasticidade
Tem reduzido o beber em poucos ensaios clínicos
Vareniclina (Champix®)
Atua em receptor nACh (a4b2)
Aprovado para o tabagismo, mas Já iniciaram ensaios clínicos para álcool
Olanzapina
l Antipsicótico atípico com ação antagonista D4
l Diminuições da intensidade da fissura quanto do consumo de álcool
l Existe também uma sugestão de que alguns perfis genéticos (DRD4 VNTR) sejam mais responsivos
l No entanto, ainda não há uma evidência científica robusta que sustente esta indicação terapêutica